terça-feira, julho 14, 2009

Gripe A - um risco para a nossa saúde?

A escala numérica 1-6 da OMS, é uma representação das fases por que um vírus pode passar evolutivamente, desde vírus exclusivamente "animal", possível contagio animal-humano, contagio humano-humano, e contagio humano-humano generalizado.

Ou seja não é uma escala da gravidade ou virulência do vírus, é sim uma medida da sua evolução e contagio.


Um termo bastante usado é Morbilidade. A morbilidade reflecte o numero de casos infectados por cada X habitantes num determinado local e momento, e mede a taxa de infecção.

Mas o facto de existir uma pandemia, ou seja algo com uma morbilidade enorme, e com um nível de OMS 6, significa APENAS que é algo muito contagioso de homem para homem, que já está espalhado por um grande número de pessoas e que se poderá espalhar ainda mais, mas NADA tem a ver com a sua mortalidade..


O outro termo que falta referir é a MORTALIDADE que mede a percentagem de mortes ocorridas pelo agente infeccioso. Este sim um parâmetro de que mede a morte.


Assim a gripe A foi classificada como:
  • MORBILIDADE: tem um potencial de morbilidade bastante grande;
  • MORTALIDADE: de 1 a 4% - é EXTREMAMENTE BAIXA quando comparada com outros agentes biológicos bem mais poderosos.


Evidentemente que uma doença como a gripe A, mesmo com a sua baixa taxa de mortalidade, se considerarmos níveis de população pandémicos, poderá reflectir muitas mortes, mas face á população geral seria sempre uma pequena percentagem. Nada comparado com outros agentes de que ninguém fala.

Mas atenção: a doença pode ser grave em determinados pacientes, como crianças, portadores de imunossupressão, doenças cardíacas, renais, diabetes, asma, anemia falciforme ou doenças neurológicas crónicas.

Cautela sim, mas nada de alarmismos.


Contágio
O período de contágio compreende um dia antes do aparecimento dos sintomas até sete dias após.

Quadro clínico
É semelhante ao da gripe, devendo o paciente, para ser considerado suspeito, se apresentar pelo menos dois dos seguintes sintomas:

- Febre;
- Tosse;
- Dor de garganta;
- Rinorréia ou congestão nasal.

Outros sintomas:
- Dor no corpo;
- Astenia;
- Calafrios;
- Cefaleia;
- Diarreia e vómitos.

Crianças podem apresentar um quadro grave com taquipnéia, apnéia, dispnéia, cianose, desidratação, alteração do estado mental e irritabilidade extrema.

A duração da doença é em torno de quatro a seis dias.

1 comentário:

Mário André disse...

Aparentemente 1% a 4% é pouco, mas se se fizerem as contas à população portuguesa, estamos a falar de 100.000 a 400.000. A mortalidade é extremamente baixa comparada com outros agentes mas o número potencial de infectados, por via do potencial de morbilidade, é muito mais alto, daí o potencial mortífero da doença. Claro que estamos sempre a falar de potencial, e de cenários extremos. Eles existem precisamente para que se possam pôr em campo mecanismos para os evitar.